O teste de Rorschach, como todos os testes projetivos, baseia-se na chamada hipótese projetiva. De acordo com essa hipótese, a pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma informação ambígua (ou seja, sem um significado claro, como as pranchas do teste de Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade. O intérprete (ou seja, o psicólogo que aplica o teste) teria assim a possibilidade de, trabalhando por assim dizer "de trás para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que levaram às respostas dadas.
A hipótese projetiva baseia-se no conceito freudiano de projeção: um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo atribui de maneira inconsciente caracteristicas negativas da própria personalidade a outras pessoas (projeção clássica). Apesar de a projeção clássica carecer de confirmação empírica e ser assim alvo de controvérsias, há ainda um outro caso de projeção que conta com uma relativa unanimidade entre os estudiosos: a projeção generalizada ou assimilativa. Esta é a tendência de determinadas características da personalidade, necessidades e experiências de vida de influenciar o indivíduo na interpretação de estímulos ambíguos. De acordo com os defensores do uso de testes projetivos, tais testes possuem duas grandes vantagens em compração aos testes estruturados: (a) eles "enganam" os mecanismos de defesa do indivíduo e (b) permitem ao intérprete do teste ter acesso a conteúdos não acessíveis à consciência do indivíduo testado.
Acho fantástico como nós seres humanos sempre projetamos características de nossa personalidade, não só em testes projetivos, mas também no dia-a-dia, como nas propagandas e até mesmo em outras pessoas.
ResponderExcluirAcho interessante como em uma imagem pessoas diferentes mais ao mesmo tempo tão iguais conseguem ver coisas tão diferentes mais que no fundo estão ligadas a sua personalidade e a sua maneira de ver o mundo, e mais interessante ainda é como o futuro profissional de psicologia pode compreender esse universo.
ResponderExcluir